segunda-feira, 26 de agosto de 2013

o cais das nossas vidas .....


A meia travessa, um encontro inesperado no deck do Lobo Marinho ….

- Estiveste de férias?

- Sim! E tu? Foste visitar a família?!

- Pois … tem de ser!!!

E por entre recordações de infância e adolescência, na ilha dourada, o cais do Porto Santo: pano de fundo para tudo o que de importante se passava nas nossas vidas naqueles tempos em que o sal do mar se misturava com o sal da vida…. tomou conta da conversa. Trindade Melim recordou, com um sorriso largo nos lábios e os olhos raiados de saudade, os tempos de menino ...

- Sabes, quando chegava o barco (Maria Cristina, Devoto, Arriaga) nós ficávamos à espera … Os homens descarregavam as mercadorias e nós, os pequenos, se avistávamos um carro (uma corsa) livre, pegávamos nele e ajudávamos a colocar as bagagens … Por cada carreto entre a ponta do cais e a atual Praça do Barqueiro ganhava-se 2$50 …

 - E davam mergulhos? – Perguntei, partilhando o entusiasmo e recordando também a azáfama do velhinho cais das colunas …

- Sim. Mas não muitos!!! Os estrangeiros eram poucos. Muito poucos!! Mas quando lá aparecia algum, um de nós atirava uma moeda (a servir de engodo) e um grupo começava a mergulhar… dava pouco … isso e os carretos talvez chegasse a 20 escudos … em dias bons, claro!!!

E fomos ficando, assim os dois, nesta conversa marinha, embalados pelo tempo que o balanço do barco sugeria….

- Um dia destes, hás de contar-me mais coisas.

Trindade prendeu os olhos no mar. Disse que sim.

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