sábado, 8 de dezembro de 2012


Escrevi:

 

O tempo passou. Doce. Tão doce. Uma espécie de algodão de feira, uma gargalhada clara, apagada rapidamente pelo vento que a leva para outros mares. O tempo – uma gargalhada de algodão doce. Efémero.

Ficaram recados escritos nas nuvens, pegadas deixadas em areias inventadas de praias imaginadas. Ficaram ecos de suspiros e fiapos de gargalhadas. Ficou a vida em restos de papel, dentro de um envelope amarelecido pelos anos.

Agora, sim. Vou abrir….

 

(in Na espera do teu beijo, um romance que [ainda] dorme dentro da gaveta.) 

 

Foi assim que abrimos o envelope do Manuel. Com emoção. Era a sua vida. Entre o secreto e o social: trouxe-nos a última carta da mãe, a oração que levou na algibeira para que o céu o protegesse dos desatinos do mar, o passado. 

               Foi assim que lemos as histórias da Teresa. Com o Norte nos olhos. Eram as suas memórias, o seu tempo: o tempo de casa, o tempo do trabalho, o tempo da criação.

               Quem se segue? Sabemos que há tantos tesouros escondidos dentro das casas…. Estamos aqui para os acolher.

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